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DESPEDIDA DO TEKINFIM
Eis que chegou o momento de eu me despedir do Tekinfim. Grande barco, guerreiro, muito família, que muitas alegrias e vitórias me propiciou.
Quero agradecer aos que tripularam o Tekinfim no decorrer destes anos e fizeram com o seu melhor que ele fosse o melhor.
Companheiro de muitos momentos de alegrias e também de tristezas. Soube como poucos barcos acalentar em sua alma as aflições do seu comandante. Também soube com esta mesma alma sorrir junto e sempre, sempre mesmo ensinar.
Ensinou como poucos mestres que a arte de velejar é um pouco de tudo. Um pouco de paciência, de conhecimento, de perseverança, de sorte, de azar, de vento, da falta deste, de comando, de deixar acontecer, de agregar, de dissipar, de tudo realmente um pouco.
Ensinou que não importa o tamanho do troféu a receber, seus amigos, a lealdade para com estes, a integridade física e a alegria são maiores que este.
Ensinou que um barco é uma a sua alma. Aliado que devemos dominar, conhecer, temer, se indignar e ter fé....É um ENTE, um SER que se comunica pelo barulho do silencio, pelo singramento das vagas, pelo uivo do vento, pelo balançar das birutas, pela força das velas, pela magia de andar contrariamente ao vendo.
Meu barco, que muito me contou de como se sente mal quando eu estou mal e que alegre fica quando alegre estou. Que escuta contos hora rimado, hora em prosa. Que acolhe em seu colo aqueles que o respeitam com ele são felizes. Faz em silencio, molda em paz.
Aceita erros, mas até um limite, corrigi-los é a missão. Sabe e reconhece o que é ser perfeito, tão perfeito que se curva diante das forças mais robustas para se por de pé quando estas cessam, perfeito ao ponto de tomar para si o controle, quando o comando erra soberbo.
Não há que subjugar um veleiro. Não há como faze-lo ser menor. O Veleiro é parceiro de DEUS. Não foi criado por ELE diretamente, mas por seus filhos mais nobres e inteligentes. É sua imagem e semelhança.
Como não falar em Deus quando se fala do seu veleiro. Um objeto lindo por construção, composto de peças nobres e de nomes desconhecido e estranhos. Conversar com ele é um ritual orado em uma cartilha que é um almanaque te termos e funções únicas e céleres.
Me despeço do meu barco, mas levo comigo todo o ensinamento que ele me propiciou nestes anos de convivência mais do que intima. Uma convivência diária, leal, gratuita, gostosa, salutar, divina e eterna.
Eu sempre falei que velejar é o encontro do Eu com o infinito de Deus. Isso não tem como explicar. Só quem veleja sabe e sente este infinito.
Liberdade que os pássaros sentem quando voam eu sinto quando velejo no meu Tekinfim. A Alma se enfuna como as velas. O Espírito cresce na ascendente do poder maior, a mente se esvazia dos medos, dos rancores, das raivas e se enche de rico alimento regado a ventos e vagas.
Aos amigos fraternos, aos quais eu confessei choro, saibam que outros tantos choros eu os tive no pé do mastro do meu Tekinfim, considerando este local como o pé de Deus. Só quem já chorou no pé do mastro do seu veleiro sabe o quão gratificante e acolhedor é ser escutado por ele e por Deus.
Assim como as ondas vem e vão, o Tekinfim retorna às suas funções iniciais de quando eu passei a ser o seu amigo-dono. Volta a ser barco escola e vai com toda certeza ensinar e se manter na batuta.
Que seu novo dono o tenha como amigo, que seus discípulos aprendam o que ele tem para ensinar. Que aqueles que desfrutarem deste aprendizado que o respeite como mestre e como líder, e como sábio.
Que aprendam a linguagem do vento, conheçam as peças que o compõe, manuseiem com maestria seus equipamentos, e respeitem a sua alma e àquele que afortunadamente segura no seu leme, sabendo que que a sua equipe é o bem mais valoroso que existe.
Desculpe amigo se eu não pude estar contigo deste ponto em diante, mas você estará em meu coração e na minha vida enquanto eu existir, legando sempre seus ensinamentos.
A você Tekinfim, segunda geração de um nome que levou e legou o que de melhor poderia aos que de uma forma ou de outra estiveram no convívio durante estes 12 anos de estreita relação. Mostrou sempre onde se faz o barlavento único, o través mais folgado e o popa mais enfunado, esguio entre as marolas e soberano nas rajadas, assim é o meu Tekinfim.
Brasilia – Agostro de 2023 Henricão
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Tekinfim, um barco, um Mestre, com uma alma cheia de amor e carinho por aqueles que com ele comungaram.
Saudades eternas, pois foi uma longa e linda jornada de aprendizado. O Tekinfim, sempre foi e será especial para todos nós que vivemos e aprendemos com ele.
A sabedoria do seu Comandante, a poesia e amor do seu coração e da sua alma, se fundiram à alma do Tekinfim e com eles aprendi muito. Lições que levo comigo e que têm me ajudado e fortalecido em todos os momentos da minha vida.
Seu leme sensível, suas velas ao vento, seu balão, que para mim será sempre o mais lindo, estarão sempre na minha memória. Foi palco de longos papos, risos e choros e sempre acolhia a todos em todos os momentos. Nele me sentia segura e livre, sempre foi um lugar sagrado.
O Henrique dizia que éramos o “Dream Team”, mas na verdade quem pode
tripular o Tekinfim, foram abençoados com um contato direto com os lá de cima!
Grata Henrique por este privilégio e por ter você como amigo, irmão, Mestre e
Poeta.
Ana Spinola – agosto de 2023 💔
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Belo texto Henricão,
Pena não ter você mais na raia. Você irá navegar naquele oceano que você já navega a muito tempo,o grande oceano da TI . Bons novos antigos ventos!
Zelão - Agosto de 2023 😎
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É muito fácil saber quando as palavras têm origem na alma, você conseguiu traduzir o quê muitos sentem e, por vezes, duvidam deste sentimento.
